Publicado em:
17/02/2016

RERREFINADOR AUMENTA TAXA DE COLETA NOS ESTADOS UNIDOS

A empresa Clean Harbors, uma subsidiária do grupo Safety-Kleen, vai impor um aumento de US$80.00 por parada, a toda sua base de clientes de coleta de óleo usado, alegando declínios contínuos nos preços do petróleo bruto e, consequentemente, também nos preços dos óleos básicos. Segundo a empresa, há uma deterioração das margens operacionais e, portanto, a necessidade de transferir o custo ao usuário final como uma taxa ambiental.

"Essas dinâmicas adversas do mercado de energia estão reduzindo os valores dos nossos produtos rerrefinados, bem como o nosso óleo combustível reciclado", disse Kevin Hayden, vice-presidente executivo de Safety-Kleen Ambiental, em um comunicado à imprensa. "Esse aumento, que será implantado tanto nos EUA como no Canadá, é necessário para manter a confiabilidade e a qualidade dos serviços de coleta de óleo usado, que fornecemos para mais de 200.000 clientes."

Hayden observou que as margens do negócio de rerrefino da Safety-Kleen tem estado sob pressão significativa nos últimos três anos. "As medidas que estamos anunciando são necessárias para evitar uma deterioração da nossa lucratividade, e um passo importante para alcançar a estabilização deste negócio", disse ele.

A Clean Harbors, com base em Norwell, Massachussets, já havia anunciado, em dezembro 2014, que a Safety-Kleen eliminou seu programa pay-for-oil, em que a empresa comprava o óleo usado, e o substituiu por contratos zero-pay e charge-for-collection, em que coletava sem custo ou cobrava pela coleta, devido às condições adversas no mercado de óleos básicos. Em agosto, a empresa anunciou que iria começar a cobrar para recolher o óleo usado de todos os geradores não-contratuais, e também iria ampliar para a cobrança de uma sobretaxa para chamada de serviço.

Juan Fritschy, CEO da empresa rerrefinadora e coletora de óleo usado UES (Avista Oil EUA) em Peachtree City, Ga., expressou preocupações semelhantes sobre as condições de mercado, dizendo: "Nossas margens sobre os produtos rerrefinados têm estado sob pressão nos últimos dois anos. Felizmente, os principais coletores foram disciplinados e têm reduzido o preço pago pelo óleo usado para compensar as menores receitas ".

Fritschy observou que o petróleo bruto, já foi negociado em torno de US$100 por barril, durante o período de julho de 2013 a julho de 2014. "Hoje, o preço é de US$35 por barril, o que significa uma redução de US$1,54 por galão. Como outra referência, aproximadamente no mesmo período, o óleo básico (Motiva - API Grupo II -110 vis) caiu $1,67 por galão, de US$3,62 por galão para US$1,95 por galão. Como um palpite conservador, eu diria que o preço médio pago pelo óleo usado em 2013/2014 foi de US$1 por galão ".

Ele ressaltou que os preços utilizados para o pagamento do óleo usado foram amarrados aos valores que o rerrefinador teria para seus óleos básicos e combustíveis produzidos. "Quando os preços destes produtos rerrefinados caem em demasia, a opção de cobrar pela coleta (charge-for-oil) é a única maneira para um coletor/rerrefinador continuar a operar seus negócios de maneira responsável", acrescentou Fritschy.

"Estamos cientes de que é uma mudança psicológica significativa para os geradores, que já foram pagos para pelo óleo usado, e agora terão que começar a pagar pela retirada dos mesmos, mas esta é apenas uma consequência natural desse declínio acentuado no preço do petróleo bruto", disse ele. "Outras consequências positivas são os preços mais baixos da gasolina, dos lubrificantes novos e da energia em geral. Os geradores também precisam proteger suas margens operacionais, portanto, em minha opinião, este é um custo que tem de ser transferido para o utilizador final como uma taxa ambiental."

“Além do fator de declínio dos preços, nós vemos uma abundância significativa de óleo usado, principalmente nas regiões Sudeste e do Golfo. A maioria dos rerefinadores é totalmente alimentada com óleo usado e as indústrias que antes eram os principais consumidores de óleo usado como combustível migraram rapidamente para o gás natural", finalizou Fritschy.

 

FONTE: Revista Lubes em Foco